quarta-feira, 4 de maio de 2011

O que vai na Cabeça de João Soares,sobre o ALLGARVE.Pois o Algarve é bem diferente.

João Soares
Chauvinismos…

Nas últimas eleições legislativas, Setembro de 2009, encabecei, a convite do líder do meu partido, a lista do PS pelo círculo eleitoral do Algarve. Aceitei, com gosto, o encargo que me foi cometido, pelo convite de José Sócrates, por várias razões. Porque, embora não vivendo no Algarve, lá tenho raízes profundas. Como tiv...e oportunidade de dizer, por diversas vezes, “umbilicais”. Minha mãe, é algarvia, nascida na Fuzeta. Boa parte da minha família materna é do Algarve. Meu avô materno, capitão Alfredo Barroso, teve mesmo direito a uma rua com o seu nome na toponímia da freguesia de Alvor, de onde esse ramo materno da minha família é originário. Alguns dos meus melhores amigos, desde sempre, e muitos dos meus familiares mais próximos, são algarvios nascidos e vivendo sempre no Algarve. Tenho vivido no Algarve alguns períodos do ano, desde há anos a esta parte. Porque conheço bem o Algarve. Me interesso, desde há muito, pela região e tenho procurado seguir com atenção a sua realidade, historia, desenvolvimento e problemas. Terminado que está, um tanto abrupta mas não inesperadamente, este mandato legislativo, e tendo voltado a aceitar o convite da direcção do PS para encabeçar a sua lista pelo Algarve, julgo importante afirmar o seguinte. Tenho orgulho no trabalho que, no plano parlamentar enquanto eleito pelo círculo de Faro, fiz. Em áreas que mais directamente têm que ver com os interesses directos da região do Algarve, mas não só. Em coordenação estreita com os restantes deputados eleitos pelo PS, mas não só. É verdade que esse trabalho a maior parte das vezes não teve visibilidade mediática, mas não é por isso que ele deixa de existir, ou de poder ser avaliado. No plano das questões que têm que ver com a educação e nomeadamente com o processo de modernização da rede escolar que serve os portugueses, e não só, que vivem no Algarve. No plano da justiça, e nomeadamente nas questões atinentes às infra-estruturas públicas da rede judicial. No plano da cultura. Acompanhando e procurando apoiar a nível parlamentar, e também junto do Governo, projectos, programas e instituições. No plano das questões relacionadas com o ambiente e o ordenamento do território, mantendo contactos e iniciativa junto do Governo, das autarquias e grupos de cidadãos. No plano das áreas que têm que ver com as obras publicas e os transportes. Tomando iniciativas várias junto dos membros do Governo responsáveis pela tutela desta área, administrações de empresas públicas e sindicatos. Mantendo uma permanente disponibilidade para atender, e dar resposta a nível parlamentar, às iniciativas e solicitações que me foram sendo feitas ao longo deste período de quase dois anos. Noutros casos tomando iniciativas que resultaram da atenção à realidade, e informações entretanto obtidas. Tudo sempre num quadro de profundo amor à nossa Pátria Portugal, e ao Algarve em particular. Sempre com o empenho, determinação e energia que procuro pôr no meu envolvimento enquanto cidadão, e por maioria de razão enquanto eleito, na minha intervenção publica. No quadro de um profundo desapego por interesses materiais em benefício pessoal que, perdoem-me a imodéstia, sempre caracterizaram a minha vida pública. Nunca cuidando de obter qualquer espécie de notoriedade pessoal, ou visibilidade mediática, para as iniciativas desenvolvidas. Atrevendo-me, sempre que o entendi em consciência, a ser heterodoxo face às lógicas político-partidárias e ao discurso “politicamente correcto”. Por tudo isto, e muito mais que para já não vem ao caso nesta pequena nota pessoal que faço questão de aqui postar hoje, quero deixar claro: rejeito, em absoluto, o “chauvinismo” pretensamente regionalista que me acusa do “pecado” de, sendo candidato pelo Algarve, não ter nascido no Algarve. É, obviamente, uma estupidez. Alem do mais contrário ao espírito da lei eleitoral e da constituição da Republica. Mas é sobretudo, na minha opinião, algo que vai ao arrepio daquilo que é, e sempre foi ao longo da sua história, o melhor do espírito tolerante, e cosmopolita, do Algarve. A partir de onde os portugueses, e Portugal deram “novos mundos ao mundo”.